
“Participo de competições, para aprender e me divertir”, afirma premiado na caregoria estadual da 17ª Olimpíada Brasileira de Informática.
Aos 12 anos e estudando a 8ª série do ensino fundamental, José João Ubirajara Melo Machado é, pela terceira vez, destaque em competições nacionais. Ele foi um dos alunos que recebeu, nesta terça-feira, dia 29, a premiação por sua quarta colocação estadual, na categoria Iniciação 1, da 17ª Olimpíada Brasileira de Informática [OBI]. “Além dessa medalha, fiquei em 1º lugar nacional na Olimpíada Brasileira de Robótica e ganhei medalha de bronze na Olimpíada Brasileira de Matemática. Essa é a primeira vez que participo da OBI… mas pretendo continuar nesse caminho para ganhar mais medalhas. É muito bom todo esse reconhecimento e comemoração”. Mesmo com todo esse empenho e premiações, o estudante confessa que ainda não decidiu em qual área profissional pretende seguir. “Participo dessas competições, principalmente, porque gosto e me identifico por esses assuntos, mas o meu maior objetivo, por enquanto, é aprender e me divertir, junto com meus colegas”, complementa.

Em 2015, ao todo, 124 estudantes, instituições de ensino e os professores (delegados) foram destaques estaduais e nacionais na 17ª Olimpíada Brasileira de Informática [OBI], cujo objetivo é despertar nos jovens o interesse em uma ciência importante na formação básica (no caso, a Ciência da Computação), através de uma atividade que envolve desafio, engenhosidade e uma saudável dose de competição. Nacionalmente, a Olimpíada está em sua 17ª edição e é promovida pela Sociedade Brasileira de Computação (SBC), com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a coordenação da Universidade de Campinas (Unicamp). Em sua 9ª edição, com o apoio do Sergipe Parque Tecnológico (SergipeTec), do CIO-SE (Associação de Gestores de Tecnologia da Informação do Estado de Sergipe), da Universidade Federal de Sergipe (UFS) e da Fundação de Apoio à Pesquisa e à Inovação Tecnológica do Estado de Sergipe (Fapitec/SE), em 2015, Sergipe ficou em 5º lugar no ranking nacional em relação ao número de inscritos (foram mais de 3.500), e em 4º lugar no número de escolas participantes (47, entre públicas e particulares).

Josinete Machado, mãe de João, é só orgulho e felicidade com todas essas conquistas do filho. “A sensação é maravilhosa, incomensurável! Ele é um menino de ouro, e esses prêmios só reforçam isso. Desde novinho, por iniciativa dele e estímulo da família e dos professores, ele nos dá muitas alegrias como essa, porque tudo que ele faz, é bem feito, graças a Deus. A medalha e a bolsa de estudos dele na escola são exemplos do reconhecimento disso. Que ele continue assim, sendo vitorioso em tudo o que ele se propuser fazer e participar”, comemora.
De acordo com o diretor técnico do SergipeTec, Anderson Gois, a OBI, assim como outras competições desse porte, tem contribuído de forma muito positiva estadual e nacionalmente, no que refere-se ao desenvolvimento e crescimento técnico-científico. “A participação dos alunos, professores e escolas é essencial para que tudo dê e continue dando certo, pois eles são os principais fomentadores de tudo isso. É por todos esses fatores que o SergipeTec considera de suma importância o apoio às atividades da OBI, afim de atrair futuros e potenciais profissionais para esta área de conhecimento”, ressalta.

Como delegada da segunda fase da OBI, na sede da Universidade Federal de Sergipe (Campus São Cristóvão), e coordenadora Estadual da OBI, a professora Beatriz Trinchão destaca a relevância do trabalho em equipe, durante todas as etapas da competição. “Parabéns a todos os envolvidos, desde alunos, professores, escolas… até os organizadores. Muito obrigada! Gostaria de ressaltar uma informação relevante sobre a OBI: a distribuição entre meninos e meninas premiados é muito similar. Assim, sem diminuir a importância dos meninos, ressalto o potencial das meninas na Computação, e as encorajo a ingressar neste campo. Há um estereótipo de cursos de Exatas serem majoritariamente masculinos, mas devemos quebrar essa imagem. A diversidade de gêneros traz grandes contribuições em qualquer área”, analisa.
Para Domingos Sávio, vice-presidente do CIO-SE e diretor de Inteligência Competitiva da Universidade Tiradentes (Unit), a Olimpíada ajuda a desenvolver a área de TI em Sergipe, ao mostrar mais detalhadamente esse campo à quem, de fato, é o mais interessado. “Estamos muito carente nesse âmbito, precisamos de mais profissionais, pois, considerando que o Brasil tem 7,8 milhões de matriculados no ensino superior: somente 51% estudam apenas 10 profissões; de 370 mil vagas somente 38% estão ocupadas, ou seja, 62% estão ociosas; de 100 alunos somente 33% formam-se em TI; de mais de 12 cursos em TI formam-se apenas 38 mil alunos. Um fator que faz a diferença é estimular, desde cedo, os jovens quanto à tecnologia e inovação [a exemplo da criação de jogos e de redes sociais, uma realidade mais próxima deles]. Essa é uma tarefa, principalmente, dos pais e dos professores, para que, assim, possamos ter um futuro brilhante nessa área, fomentando iniciativas como essa, que precisam de mais apoio e de investimento. Fica aqui, então, o nosso muito obrigado a todos, por sua grande e importante contribuição para e na realização da OBI”, finaliza Domingos.
Prêmios – Os estudantes classificados para a etapa nacional são premiados com medalha, viagem, curso de computação na Unicamp e podem concorrer na etapa da Olimpíada Internacional de Informática.
Modalidades e níveis – A OBI é composta por três categorias: Iniciação (níveis 1 e 2) – nesta modalidade, não faz uso de computador, as provas são escritas e o público-alvo é estudantes do Ensino Fundamental; Programação (níveis júnior, 1, 2) – requer conhecimentos básicos de programação e é direcionada para estudantes do Ensino Fundamental e Médio; e, por último, a Universitária – requer conhecimentos básicos de programação e é específica para alunos cursando, pela primeira vez, o primeiro ano de um curso de graduação.